Analysis of child–dog play behavior
in child psychiatry
Anke Prothmann*, Konstanze Albrecht† , Sandra Dietrich, Ulrike Hornfeck†, Saskia Stieber† and Christine Ettrich*
Anthrozoös, 18 (1) . 2005
Processos de comunicação e seus transtornos desempenham um papel importante
na vida cotidiana. Durante as últimas décadas, pesquisadores têm cada vez mais concentrado suas investigações nestes processos, salientando a importancia da comunicação não verbal para as pessoas "normais" e doentes mentais.
De acordo com Delhees (1994), os sinais não verbais são tão importantes quanto os verbais, principalmente para a expressão de emoções. A comunicação não verbal é dificil de ser influenciada conscientemente, e por isso é menos provavel de ser manipulada pelo comunicador, diferente da comunicação verbal.
Sinais não-verbais podem ajudar o parceiro de comunicação a interpretar informações
transmitidas verbalmente, mas também podem ocorrer sem comunicação verbal.
Ao se comunicar com os animais, nós usamos os meios de comunicação principalmente não-verbal como expressões faciais, gestos, posturas físicas e contatos para expressar nossas emoções. Estes sinais não-verbais são difíceis de fingir ou esconder, por exemplo, as pessoas que tem mêdo de cães não são capazes de esconder esse mêdo por mais que tentem. Por isso, é possível observar uma interação direta entre uma criança e um animal para obter informações valiosas no diagnóstico sobre a criança. A partir do ponto de vista dos autores, os cães são particularmente úteis para esta finalidade. Durante a sua domesticação, os cães desenvolveram um alto grau de compreensão dos gestos e expressões humanas, sendo melhores até mesmo que o nosso parente mais próximo, os macacos.
Esta pode ser uma das razões para que a TAC tornou-se amplamente utilizada.
Um grande número de estudos relatam as alterações do comportamento dos indivíduos na presença dos animais. Vários autores (Corson et al. 1977; Redefer e Goodman 1989) relataram uma melhora na interação social, particularmente em terapias com os cães. Redefer e Goodman (1989) encontraram um aumento significativo na interação social e uma diminuição na solidão e isolamento especialmente em crianças autistas, os benefícios ainda eram mensurável, embora em menor grau, mesmo após a terapia ter terminado.
Nielsen e Delude (1989) realizaram um estudo com crianças em idade pré-escolar utilizando animais reais e de brinquedo. Concluiram que os cães, particularmente, eram excelentes catalisadores sociais.
No entanto, vários autores, tais como Limond, Bradshaw e Cormack (1997) apontam que, até agora, ha poucos e detalhados modelos terapêuticos, seja com fins terapêuticos específicos ou para a melhora das habilidades de comunicação em geral. Permanecendo incerto se as mudanças no comportamento atribuído a TAC continuam ou se generalizam ao longo do tempo. Do ponto de vista dos autores, isso é crucial se quisermos medir os efeitos terapêuticos específicos dentro de um modelo terapêutico. Beck e Katcher (1984), bem como Draper (1990), relatam a falta de métodos adequados de pesquisa como uma razão para a ausência de estudos controlados. Vários autores, incluindo Limond, Bradshw e Cormack (1997), têm favorecido o uso de gravações em vídeos e etogramas para investigar as mudanças de comportamento devido às interações com o cão.
Os dados obtidos através da observação direta em TAC pode ser analisado de várias maneiras: elas podem ser usadas para diagnosticar e analisar os déficits comportamentais (ou excessos)em interações, como uma auto avaliação verbal e também podem servir como terapia controle no pré e pós avaliações.
Neste estudo os autores se propuseram a analisar a interação entre crianças e adolescente com doenças mentais e cães de terapia, utilizando como base a hipótese de Watzlawick,Jackson e Beavin´s(2000)de que um indivíduo sobre o qual nós não conhecemos nada pode ser descrito como uma "caixa preta" e que a interação com esta "caixa preta" com seu meio ambiente podem levar a conclusões sobre o indivíduo. Assim, em nossa situação experimental, cão e adestrador de cães foram considerados como estímulos de interação, incentivando especialmente a criança em suas habilidade não verbais. Tomando o trabalho de Olson e Ryder (1970) como referência para o estudo, foi preciso criar uma condição de teste para que as crianças e adolescentes mostrassem suas reações espontâneas e autênticas, provocando específicos padrões de comportamento para diagnòstico. Também precisavam de um método que não requer equipamento especial e foi um dos que poderiam ser facilmente explicável e intuitivamente entendido. Os Autores queriam provocar o comportamento da criança sem que o experimentador desse instruções importantes ou sendo continuamente presente, para que a criança ficasse seriamente empenhada em sua tarefa. A situação de teste desenvolvida com o cão atende a todos estes requisitos.
De acordo com estudos observacionais publicados até à data, incluindo resultados de um estudo piloto de uma interação cão com 18 pacientes (Prothmann,
Schaumberg Ettrich e 2004), parece existir uma grande variedade de estilos de interação dependendo do problema da criança. As diferenças observadas consideram as posturas preferenciais tomadas durante a sessão de terapia com o cachorro, o tipo
e intensidade do contato com o cão e adestrador de cães e comportamento visual.
O estudo teve dois objetivos: 1) desenvolver um inventário adequado para a análise do
comportamento de uma criança ao interagir com um cão e 2) empregar este
inventário para examinar como transtornos mentais influenciam a criança em suas habilidades não-verbais de comunicação. O estudo também analisou precisamente
como os padrões de interação observados podem predizer a doença de uma criança.
Métodos
Participantes:
Um total de 40 crianças e adolescentes, com idades entre 6 e 19 anos, que
estavam sobre tratamento psico-pediátrico e participantes de TAC foram incluídas no estudo. Os pais assinaram um termo de concentimento para a participação do estudo.
Os critérios de inclusão foram o diagnóstico de qualquer transtorno de ansiedade, anorexia nervosa, bulimia nervosa ou autismo, cumprindo os critérios da CID-10, e tendo que participar de uma sessão inicial de pelo menos 25 minutos. Haviam dez pacientes em cada grupo diagnóstico. Estes distúrbios foram escolhidos porque estão claramente definidos e coerentes e por serem diagnosticados com precisão.
Além disso, observações anteriores haviam mostrado que houve clara comunicação diferenciada nas crianças que sofrem destes problemas. Fatores de exclusão foram de fobia ao cão, alergia a pêlo do cão e doenças infecciosas.
O estudo não explorou possiveis diferenças de interação relacionadas a sexo e idade, este deve ser um objeto de estudo separado com participantes saudáveis.
Os cães utilizados na pesquisa eram cães certificados como cães de terapia e companhia: pointers, pastores e terriers.
Procedimentos:
As sessões de terapia foram realizadas no estúdio de vídeo de 25m² do hospital sem mobilia. Estavam presentes no estúdio uma criança, um cão, um adestrador de cães (DH) e uma enfermeira da ala conhecida pela criança (acompanhante, AP). As sessões de terapia foram gravadas por duas câmeras de vídeo (F Panasonic S-VHS 10 Mark II) colocadas diagonalmente opostas e havia quatro microfones direcionais instalados no teto. As câmaras eram controladas a partir de uma sala adjacente e as imagens foram gravadas ao mesmo tempo que eram codificas por um técnico de vídeo.
Todas as crianças tinham os mesmos brinquedos para interagir com o cão à sua disposição. Após uma breve introdução pelo adestrador de cães, as crianças puderam interagir com o cão como elas desejavam. Não houve restrições adicionais ou instruções. Conversas entre a criança e o adestrador de cães ou acompanhante foram
possível, mas não obrigatórias. O adestrador de cães e acompanhante foram instruídos a intervir na interação da criança com o cão somente quando necessário.
As gravações de vídeo foram analisadas usando um software de computador especial
para a análise de interação (Interact ® Version 6.9, Mangold GmbH Arnstorf,
Alemanha) e um gravador de vídeo controlado por PC, que poderia ler códigos de tempo
(VCR Panasonic AG 7355).
Categorias de Codificação e Confiabilidade
Em primeiro lugar, todos os comportamentos das crianças que ocorreram quando elas interagiram com o cão e as pessoas presentes, foram gravados em duas fitas como base para amostra. Em segundo lugar, todos os códigos individuais foram agrupados para formar um sistema de codificação de múltiplos estágios constituídos por quatro categorias principais: postura, contato visual, comportamento em relação ao cachorro e comportamento com relação ao adestrador de cães / pessoa acompanhante (DH / AP).
Os códigos das categorias de comportamento precisam ser simples, de forma inequívoca
identificáveis, e independente da interpretação do observador, mas sendo um documento compreensivel do comportamento de cada criança. Cada comportamento foi codificado continuamente por 25 minutos. Sempre que um determinado comportamento
aparecia, o tipo, a freqüência (contagem) e a duração foram codificados em quadros
e segundos, pressionando definidas teclas de um teclado de computador.
Na categoria "postura", foi gravado em pé / andando, sentado, ajoelhado, de cócoras, deitado, "standing bent forwards" e rastejando. Para "Contato visual", foi gravado se a criança olhou para o cão ou para o adestrador de cães / acompanhante. Na categoria "comportamento em relação cão" foi gravado as tentativas da criança de entrar em contato com o cão: chamar / falar para a interação verbal, acariciando, quando tocar o cão com as mãos, abraço / carinho quando a criança abraçou o cachorro ou se colocou ao lado dele. Como "convite para brincar" foi incluído todas as tentativas da criança de interagir ludicamente com o cão. Com o "distanciamento" incluiu todas as tentativas de fugir do cão como sair de perto, colocando suas mãos na defensiva diante do seu corpo, afastando / levantando as mãos, ou virando a cabeça para o outro lado. Na categoria "comportamento para adestrador de cães / acompanhante(DH / AP)" foi gravado como e quantas vezes o parcerio de interação humano brincou com a criança. Conversando com o adestrador de cães ou o acompanhante ou respondendo às suas perguntas foram codificadas como "conversação"; tocar um deles, segurando-se a eles ou sentado em seu colo foram codificadas como "contato físico com DH / AP".
Todos os avaliadores tinham experiência em codificação de interações humanas e foram
intensamente treinados com vídeos que serviram de exemplo antes de participar da codificação e análise. Cada sessão foi dividida em cinco séries de cinco minutos cada para a análise, as categorias foram codificadas uma após a outra, em quatro diferentes tempos. Com exceção da catewgoria conversa e chamar / falar, a codificação foi feita com o som desligado.
Quatro avaliadores treinados foram utilizados, mas eles não tinham conhecimento dos distúrbios das crianças ou das hipóteses. Para calcular a confiabilidade, um avaliador adicional codificou 20% das gravações de vídeo. O grau de correlação
entre dois examinadores foi estabelecida pelo cálculo de Kappa de Cohen, com o
valores resultantes: a postura de 0,95 (muito bom), contato visual 0,75 (bom),
comportamento para com o cão 0,65 (bom), e para a DH / AP 0,55
(Moderado, Landis e Koch, 1977). A confiabilidade relativamente pobres na categoria "comportamento em relação aos DH / AP" pode ter cido reduzida para a variável conversa, pelos diferentes tempos de reação dos dois avaliadores distorcendo
o resultado.
Procedimentos Estatísticos
Todos os cálculos estatísticos foram realizados utilizando o programa SPSS ® versão 11. Para cada participante, utilizamos as medições da freqüência de eventos (c) e total de duração (s) em questão de segundos durante a sessão de 25 minutos, bem como o resultado média duração (ms = s / c) o comportamento da variável correspondente.
Resultados
Encontramos diferenças significativas entre as alterações em todas as categorias observadas.
Postura:
Os testes de Kruskal-Wallis mostraram que houve diferenças significativas na
duração média da variável em "pé / andando" e na freqüência e duração da categoria "standing bent forwards" entre os grupos de diagnósticos. A postura deitado foi observado em todos os grupos menos no grupo de pacientes com anorexia
Contato Visual:
Testes de ANOVA e Kruskal-Wallis revelaram que foram altamente significativas as diferenças entre os pacientes no total e na média de duração do contato visual
com o cão e em tempo médio de contato visual com DH / AP. As comparações múltiplas mostraram diferenças altamente significativas no comportamento visual para o cão entre o grupo com autismo e outros pacientes. Em média, as crianças autistas olharam para o cão oito minutos a menos do que outros pacientes. O tempo médio de contato visual com o cão também foi significativamente diferente entre os pacientes autistas e bulímicos. Isto é, quando os autistas fizeram contato visual com o cão, o contato teve um tempo menor em relação as crianças com outros distúrbios. A duração média do
contato visual com o AP / a DH em pacientes com anorexia, por outro lado, mostrou significativamente tempos menores de contato visual quando comparado com os pacientes do grupo com transtorno de ansiedade e autistas.
Comportamento em relação ao cão:
Esta categoria reflete como as diferenças na variável "contato visual" afetam o comportamento em relação ao cão. Os testes revelaram diferenças significativas
entre os grupos no total e na média de duração da variável carinho. Ao que se refere ao comportamento de distanciamento do cão, não foram altamente significativas as diferenças entre os grupos, na freqüência, duração total e média de duração. As comparações múltiplas mostraram que novamente os pacientes autistas eram muito diferentes dos outros grupos de diagnóstico: eles acariciaram o cão consideravelmente menos do que as desordens de ansiedade e bulimia. Pacientes com transtornos de ansiedade tiveram a maior duração do carinho de todos os pacientes. Comparado com os pacientes com anorexia, houve uma grande diferença na significância. No grupo com autismo, as fases do comportamento de distanciamento do cão foram maiores do que todos os outros pacientes.
Comportamento em relação a adestrador de cães Pessoa / acompanhamento
(DH / AP):
Esta categoria reflete a comunicação inter-humana. O contato com as pessoas presentes foi importante para as crianças, mas o contato físico com DH / AP só foi observado em crianças autistas. Com relação à variável conversa, houve uma diferença significativa na freqüência e uma diferença altamente significativa no tempo médio de interação verbal entre os grupos. As comparações múltiplas mostram que, nessa categoria, o transtorno de ansiedade e pacientes com anorexia eram diferentes dos
outros dois grupos. Pacientes com transtorno de ansiedade falaram muito menos com as pessoas presentes que os pacientes com bulimia. A duração média do contato verbal também mostrou diferenças entre anorexia, transtorno de ansiedade, pacientes com anorexia e autismo.
Análise Discriminante:
Foi utlizada a análise discriminante, para saber quando e como os dados obtidos de observação poderiam prever o diagnóstico do grupo ao qual o paciente pertencia. Parece razoável empregar as variáveis uma vez que houve uma diferença significante entre os grupos(em valores médios na análise de variância), e incluí-los gradualmente de acordo com sua importância para a função discriminante. As variáveis foram incluídas quando aumentaram significativamente a distância (distâncias de Mahalanobis) entre os grupos mais próximos de diagnóstico.
"......"
Na base das funções acima, 77,5% dos 40 participantes puderam ser atribuído ao seu grupo correto de diagnóstico, 90% dos anoréxicos e pacientes autistas, 70% dos pacientes bulímicos e 60% de disturbios de ansiedade poderiam ser classificados corretamente usando apenas seu comportamento individual de dados. Este resultado é consideravelmente mais elevado do que a probabilidade esperada, a priori, de 25% para cada grupo diagnóstico.
"......"
Discussão
Estilo de interação dos pacientes anoréxicos:
É interessante notar que o comportamento de se deitar aconteceu em todos os grupos menos no grupo de anorexia. Também interessante foi o fato de que os pacientes anoréxicos exclusivamente sentaran-se em cadeiras e nunca no chão, o que parece ser uma diferença de importância qualitativa quando comparados com os pacientes bulímicos. Pacientes anoréxicos tendem a evitar posturas confortáveis, eles preferiram posições desconfortáveis associadas ao maior consumo de energia, por exemplo, de cócoras ou excessivamente curvado para a frente e de pé, e não gostaram de descer ao nível do cão. Isso pode estar relacionado com o medo típico de calorias na anorexia nervosa.
Pacientes com distúrbios de anorexia tendiam a se comunicar menos com DH / AP e exibir seqüências rígidas de interação, com pouca variação. Os encontros
com o cão aparentaram ser bastante estáticos, frios, distantes e insensíveis.
Estilo de Interação do pacientes bulímicos:
Pacientes bulímicos parecem ser os que estavam mais à vontade na interação. Eles estavam mais interessados nas pessoas presentes e puderam iniciar o contato verbal rapidamente, mas a interação com o cão tendeu a ser bastante curta e casual. Embora este estudo não analisou o conteúdo da interações verbais com a DH / AP, gostaríamos de mencionar o fato de que os pacientes bulimicos conversaram com AP / DH em um nível muito mais pessoal e mostraram uma maior consciência de seu transtorno em relação aos pacientes com anorexia. Eles pareciam apreciar a interação verbal e conversaram bastante e com mais freqüência do que outros pacientes. Comparado com o grupo de anorexia, os encontros aparentaram ser mais dinâmicos e bem mais emocionais.
Estilo de interação dos pacientes autistas:
As crianças autistas foram as que mais diferiram dos outros pacientes. As diferenças significativas no comportamento visual e no comportamento com o cão, e a observação de que apenas os pacientes deste grupo procuraram ativamente o contato físico com as pessoas presentes, do nosso ponto de vista isto reflete a gravidade da desordem de sua comunicação e interação.
Embora os pacientes autistas pareciam olhar mais frequentemente o cão do que os pacientes com desordem de ansiedade e pacientes com anorexia, as fases de contato visual foram tão breves e fugazes que a duração total do contato visual com o cão foi 3 vezes menor que a dos outros pacientes. Isso não é surpreendente, devido ao disturbio em relação ao contato visual nas interações sociais ser um dos mais relevantes critérios de diagnóstico no autismo.
Os autistas não podem receber informações suficientes sobre mudanças de comportamento do cão, assim o comportamento do animal permaneceu imprevisíveis para eles. Isso levou-os a procurar ativamente o contato com as pessoas presentes, especialmente com o adestrador de cães, para obter segurança. Este contato reduzido também se refletiu em seu comportamento para o cão: na média, os pacientes autistas acariciaram o cão dois terços a menos do que as outras crianças. A interação de crianças autistas foi caracterizada por consideráveis fases mais curtas de contato positivo com o cão e fases mais longas de distanciamento, comparando com a dos outros pacientes. Do nosso ponto de vista o comportamento das crianças autistas demonstraram um medo típico de alterações e foi também uma expressão da gravidade na desordem de comunicação no autista.
Estilo e Interação dos pacientes com transtorno de ansiedade:
Foram completamente o oposto os tipos de comportamento observados nos paciente com transtorno de ansiedade em relação a todos os grupos de diagnóstico mostrando menores tentativas de distanciamento e menos medo do cão. Foi o contato social inter-humano que pareceu ser mais problemático para eles. Poucos casos de contato verbal
com a as pessoas foram registrados para este grupo, mas, uma vez que havia superado sua timidez inicial e interação verbal teve lugar e a interação durou mais tempo do que com os outros pacientes, o que poderia ser interpretado como uma expressão de confiança crescente. Especialmente pacientes com transtorno de ansiedade utilizam o acariciar prolongado ao cão como uma estratégia de auto-relaxamento para superar
sua timidez em relação as pessoas presentes. Assim, a presença do cão ajudou
estes pacientes a interagir com as pessoas presentes.
Conclusões
Com base nos comportamentos codificados, foram encontradas em todas as categorias de observação diferenças significativas nos valores médios entre os grupos de pacientes. Pacientes com diferentes diagnósticos mostraram diferenças em suas comunicações não-verbais e interações com o cão e com as pessoas presentes. Usando a análise discriminante sobre as medições destes diferentes padrões de interação, quase três/quartos de todos os pacientes poderiam ser atribuídos aos grupos diagnóstico correto.
Em resumo, as conclusões são as seguintes:
1. O caráter altamente estimulante do cão leva a criança a livre
e espontânes interações com o animal. Essas interações espontâneas faz possivel a observação direta das capacidades não-verbais de comunicação.
2. Os grupos de pacientes observados apresentaram basicamente estilo de interações diferentes que podem ser filmados e interpretados. As informações comportamentais
obtidas sobre as crianças é tão altamente específicas que podem ser utilizadas para atribuir a eles os grupos diagnósticos corretos. Isto confirma Watzlawick, Jackson e Beavin´s (2000) sobre a teoria da "caixa preta" que permitiram que de acordo com observações da interação podemos tirar conclusões fundamentais sobre o indivíduo observado.
3. Com base na análise diferenciada dos estilos comportamentais, podemos reconhecer os déficits-diagnosticos de interação específicos e desenvolver específicos objetivos terapêuticos e tratamentos. Com os pacientes que sofrem de transtornos alimentares, especialmente a anorexia, seria adequado concentrar-se em normalizar suas preferências a posturas desconfortáveis e rígidas realizadas na TAC. Na TAC com as crianças autistas, por outro lado, o principal objetivo poderia ser a de ajudar a criança a abordar o animal, do qual ele tem medo por causa de seu comportamento imprevisível, e através de um processo gradual incentivar a criança a experiência de
interação sem medo.
Terapia Assistida por Cães constitui em uma valiosa contribuição para o processo convencional de psico-diagnósticos, com a vantagem em permitir introspecção ao repertório comportamental da criança. Lidar com os animais é altamente interessante para as crianças, é orientado pelas próprias experiências da criança e é independente da cognição da criança e suas competências de reflexão e autenticidade. O estudo levanta algumas questões interessantes. Por exemplo, não sabemos quanto o comportamento "interspecific" entre cão-criança representa o comportamento "innerspecific" exibido entre criança-criança (A validade do sistema de categoria). Se eles estão intimamente ligados, pode certamente ser possível usar a TAC para treinar os pacientes em comportamentos pró-sociais adequados para encontros criança-criança.
Obs: Artigo muito interessante porem dificil de passar as idéias para o portugues. Se houver interesse no original por favor deixar e-mail nos comentarios.
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